Liderança, crenças e princípios
A importância de declarar e exercer nossas crenças e princípios — e nossa proposta de ferramenta para apoiar esse processo.
Este texto faz parte do conteúdo do curso Liderança Estratégica para Pessoas de Produto, que inicia na próxima semana. São 5 aulas, com 4 instrutores lideranças experientes em produto e design, além de um painel de discussão com convidados.
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Quem somos é tão importante quanto o que fazemos.
Crenças e princípios juntos governam nossas atitudes e nosso comportamento no trabalho e na nossa vida como um todo — quer a gente queira ou não.
Nossas crenças e nossos princípios nos tornam profissionais únicos, capazes de resolver problemas e encontrar soluções que ninguém mais conseguiria. São eles que nos fazem continuar sendo capazes de tomar decisões, discordar quando temos evidências contrárias e que nos faz ter boas ideias e solucionar problemas.
Todos nós temos nossas crenças. E muitas vezes usamos intuitivamente princípios não declarados para realizar escolhas complexas ou de alta incerteza. Só que deixamos tudo isso no subconsciente — não declaramos nem pra nós mesmos que eles estão presentes e influenciam nosso trabalho.
Nós fazemos isso, dentre outras razões, porque os ambientes pelos quais passamos (e onde estamos) não suporta ou então limita a expressão de visões pessoais. O mundo corporativo, na maioria das vezes, é um lugar em que ter uma posição ou ponto de vista sobre algo é visto como fraqueza ou desvio de conduta.
Efeitos para líderes e a importância do resgate
Isso é particularmente verdade no caso das lideranças das empresas. Existe um entendimento geral de que líderes são recipientes das mensagens que a empresa quer e/ou precisa mandar para seus times. Quanto mais padronizada a mensagem, nesse entendimento, melhor. Quanto mais sensível o assunto, menor é o espaço para interpretações, questionamentos e mesmo discordâncias (o famoso disagree and commit).
E isso tem um efeito sobre nós que muitas vezes não percebemos. Quando ‘sobrescrevemos’ nossas crenças e nossos princípios por outras, estamos silenciando nossa voz e apagando parte importante da nossa identidade. Ignorar crenças e princípios é menosprezar o que nos faz quem somos: seres repletos de história, conquistas, fracassos e lições que aprendemos ao longo do caminho.
Por isso resgatar esse tema como pauta prioritária das nossas carreiras e do nosso papel como líderes é essencial. E é por isso que no nosso curso de liderança esse é um dos primeiros conteúdos que abordamos e exercitamos com os alunos.
Precisamos (re)descobrir, declarar, manter e evoluir nosso sistema de crenças e princípios. Afinal, eles vão nos acompanhar e nos dar suporte por muito mais tempo do que qualquer emprego ou empresa.
Leia ao final deste texto a definição de crenças e princípios1.
Declarando nossas crenças e princípios
As crenças, transformadas em princípios, nos ajudam a sair da inércia e realizar escolhas de maneira consistente ao longo da nossa atuação, a partir de questões que são importantes para nós. Questões essenciais que podem explicar, em qualquer situação — com ou sem dados ou evidências mais específicas — as decisões que tomamos de maneira clara.
Quando estamos falando sobre o que acreditamos de verdade estamos nos posicionando sobre assuntos que são importantes para nós. É nesse momento que as pessoas podem conhecer quem a gente realmente é — até porque praticamente impossível mentir ou "enrolar" sem que isso fique muito evidente pra todo mundo que está ouvindo.
Quando falamos sobre nossas crenças e princípios abrimos uma porta para que as pessoas entrem em contato com os elementos que fizeram parte dessa construção: nossas histórias e experiências de vida, nossa configuração familiar, nosso sistema de educação, nossas frustrações, conquistas, erros e acertos. E esse é um excelente jeito de criar uma relação de confiança e abertura mútua com as pessoas.
Não é sobre ser vulnerável. É sobre ser de verdade.
Quando compartilhamos as coisas nas quais acreditamos e nossa bússola fundamental, permitimos que as pessoas questionem, se identifiquem e se apropriem. E o que é individual começa a se tornar algo coletivo. Um time que compartilha e toma decisões baseadas nos mesmos princípios (dos quais as pessoas participaram da construção) é imbatível.
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Indo além do discurso: ações e consequências
Para algumas pessoas, é razoavelmente simples declarar suas crenças e princípios como um gesto bonito em um evento do time, ou até mesmo como um "ato de vulnerabilidade" (algo que está bastante na moda nestes tempos). E o negócio termina ali mesmo. Não existe acionável, não existe follow up, não existe responsabilidade. Na prática, não existe realidade naquilo que foi declarado. E muitos times, na falta de algo melhor (ou tendo visto coisas muito piores na vida) acabam aceitando de bom grado.
Por exemplo: é relativamente fácil uma liderança dizer que a diversidade é um princípio que orienta suas decisões em seu cargo.
Mas como esse princípio se transforma em ações e impacto real para as pessoas do time? Apenas boas intenções e palavras bonitas não bastam:
Existe política afirmativa de contratação para grupos minorizados (mais do que uma ou outra vaga)?
Os salários são equiparados ou existe plano para calibração?
Como é a taxa de promoção de pessoas em grupos minorizados em relação ao restante do time?
O ambiente físico está preparado para receber pessoas "diversas" da melhor maneira?
Existem planos e ações para garantir segurança física e psicológica das pessoas — não apenas dentro da "bolha" do time, mas em sua interlocução com todas as demais áreas?
São só algumas perguntas que podem mostrar de fato se o princípio é de verdade — ou só para que aquele ou aquela líder pareça estar cuidando dos interesses do time.
A declaração de um princípio tem (e precisa ter) desdobramentos práticos e concretos nos pilares de atuação de uma liderança: na estrutura organizacional, nas políticas e processos da área (e entre departamentos), nos aspectos culturais e na gestão direta dos indivíduos do time. Isso precisa ser declarado e comunicado para ter efeito.
Por isso, estamos propondo aqui uma ferramenta que ajuda as lideranças a refletir sobre o que é preciso na prática para que seus princípios realmente sejam verdadeiros e tenham uma intenção positiva e relevante para o time. Não apenas a refletir, mas planejar ações — comunicar e permitir questionamentos e cobranças.
A discussão e prática em cima desta ferramenta faz parte do Curso de Liderança Estratégica (saiba mais aqui). Mas a gente mostra pra você um exemplo se você quiser experimentar e usar a ferramenta no seu contexto. A seguir detalhamos de maneira breve como poderia ser o desdobramento em termos de estrutura, processos e cultura para um princípio relacionado à importância da realização de experimentos para validar ideias e reduzir incertezas. Aqui dá pra ter uma noção de tudo o que é necessário para que esse princípio vire realidade de fato: treinamento de pessoas, redefinição de processos que passam por outras áreas e times, gestão de expectativas de stakeholders, avaliação de desempenho, etc.
Pratique e troque experiências sobre este e outros temas sobre liderança.
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Nossas crenças, ou seja, as coisas nas quais acreditamos, são construídas a partir das nossas experiências pessoais, nosso repertório, valores familiares compartilhados e dos grupos nos quais estamos inseridos. Normalmente, para se tornarem nossas "verdades", elas precisam passar (ou passam) por um processo empírico, que serve para que elas se fortaleçam em nossa mente — e perante as pessoas ao nosso redor.
Princípios são um produto das nossas crenças. Eles consolidam uma ou mais crenças em um conceito — que direciona as nossas ações e decisões. Por exemplo, se determinada pessoa não acredita que, por exemplo, ouvir o usuário é importante para basear suas decisões, dificilmente ela poderia declarar um princípio como “Design centrado no usuário”. Princípios podem ser individuais ou coletivos — ou mesmo aplicados a uma área, produto ou processo.